O governo dos Estados Unidos desmentiu oficialmente nesta sexta-feira (10) informações usadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para justificar a prisão preventiva do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. Segundo nota do U.S. Customs and Border Protection (CBP), Martins não entrou em território americano em 30 de dezembro de 2022, data utilizada pelo magistrado para embasar a medida cautelar.

O comunicado afirma que a agência realizou uma “análise completa das evidências disponíveis” e concluiu que não há registro da entrada de Martins no país. A nota ressalta que a constatação contradiz diretamente as alegações de Moraes e que o registro incorreto utilizado pelo ministro foi incluído de forma errônea nos sistemas oficiais, atualmente sob investigação.

“O CBP condena veementemente qualquer uso indevido desta entrada falsa para embasar a condenação ou prisão do Sr. Martins ou de qualquer pessoa. Reafirmamos nosso compromisso com a integridade dos registros de fronteira e com os princípios de justiça e direitos humanos”, diz o comunicado.

Filipe Martins havia sido preso em 2024 na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, sob a alegação de que teria viajado com a comitiva presidencial para a Flórida na data indicada. A defesa afirma que Martins permaneceu no Brasil e apresentou registros de celular, transações bancárias e deslocamentos internos como prova. Além disso, apontou erros no documento utilizado, incluindo a grafia incorreta do nome e o uso de passaporte cancelado.

O advogado Ricardo Fernandes, que representa Martins, classificou a nota do CBP como “grave” e afirmou que confirma que seu cliente foi mantido preso de forma abusiva e ilegal por mais de seis meses. Segundo Fernandes, a investigação americana, que inclui CBP e FBI, busca identificar quem inseriu ou alterou o registro migratório e se houve envolvimento de autoridades brasileiras.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Martins também abriu uma ação nos Estados Unidos, em janeiro de 2025, no Tribunal Distrital da Flórida, com base na Lei de Acesso à Informação americana (Freedom of Information Act), para esclarecer a suposta fraude nos registros. O episódio ocorre em um contexto de reaproximação política entre Brasil e Estados Unidos, após a conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no dia 7 de outubro, que marcou a retomada do diálogo diplomático depois de meses de tensão.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA



source https://jovempan.com.br/noticias/politica/governo-dos-eua-nega-entrada-de-filipe-martins-no-pais.html